domingo, 30 de junho de 2013

Life is still beautiful


Life is still beautiful. Ou, para bom entendedor brasileiro, a vida ainda é bela.

Depressão: um desses 500 males do século


Assim como o suicídio está para o século XIX; o stress, a internet, o neoliberalismo, a violência, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, o tiririca, a tecnologia, e (vejam só) a depressão, estão para o século XXI.

É tudo especulação, bem sei. Mas, falo por mim que já tive/vou ter, pelo menos um desses tantos males (exceto o tiririca), que todos eles (exceto talvez o tiririca) não são fáceis de lidar.

Já tive/estou tendo depressão, pronto. Parece bastante alívio falar, né? Mas não é.

Imagine o pai do Nemo quando ele, sem querer querendo, foi parar em p. sherman 42 wallaby way sydey. Então. É como atravessar um oceano, encontrar um tubarão vegetariano, fugir de torpedos da ultima guerra mundial, ver um monte de gente estranha (talvez virar amigo, bem amigo, de algumas delas), se perder diversas vezes para só então se encontrar.

Então, tudo isso em um dia.

Parece divertido, né? Pois bem, não é.

Junho está no final


Sim
Junho está no final
Lembro e esqueço como foi o dia
Não basta estar triste, tem que parecer triste
Não basta estar feliz, tem que parecer estar.

E o mês termina,
Entre um julgar e ser julgado interminável.


Porque a sua loucura

se parece um pouco com a minha.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Monossilábico



Nunca mais escrevi uma sílaba sequer de literatura.
Faz pouco tempo tudo era certeza, o universo tinha nome, estava em mim, até quando era nada.

Faz pouco menos tempo tive saudade.
Hoje fiz jorrar água dos olhos do chuveiro, tomei uns pingos de chuvisco, depois chuvisquei os olhos.

E, pela tarde, fez-se mar por entre as bochechas.
Vazio grande: casa branca, nau preta.

De noite, vi no escuro a caneta.
Escrevo por fim, em mim, tudo o que sou, e me dispo de toda virtude.
Sou eu, mas não o mesmo.

A falta de linhas na folha A4 me revela em semiótica alguém em profundo desgosto.
Resta saber: "a quê?"

Desgosto esgoto de mim.
Assim, bem radical mesmo.

(Escrito em meados de 2012, publicado hoje :)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O Som e o Rádio na “ditadura do olho”



Ao tratar da relação música x poesia, o documentário “Palavra(En)Cantada”, de 2008, defende a ideia de que a letra é quase morta quando lida. Quando cantada, entretanto, ganha força vital, ganha vida, e encanta.
Talvez seja esta a maior qualidade do rádio: a possibilidade de encantar através das notícias, que com a voz são declamadas.
É só lembrar, por exemplo, da emoção das antigas coberturas noticiosas de um jogo de futebol, feitas pelo rádio. (A TV herdou isso dele).
Mesmo assim, há rumores de que, frente às novas mídias, o rádio perderá espaço e, aos poucos, até desaparecerá. É pessimismo, eu sei.
Disseram que os jornais impressos desapareceriam quando surgiu o rádio. Vejam só!
Disseram também que o rádio desapareceria quando surgiu a TV. E olhe aí!
E agora dizem que tudo desaparecerá por causa da internet...
Além de pessimismo, isso é um pensamento ingrato. Visto que o rádio chegou a quase os últimos confins desse Brasil continental, acompanhou mudanças históricas, lançou moda e promoveu cultura, ora comercialmente, ora ideologicamente.
Além de estar vivo, o rádio, enfim, tem a importância de ser um documento histórico.
Como diz Tom Zé, vivemos na “ditadura do olho” em detrimento do ouvido.
Mas o que seria da ditadura militar, por exemplo, se não fosse a resistência quase heroica, para não dizer poética, da MPB universitária, que foi difundida pelas emissoras de rádio?
Sendo assim, ganhará cada vez mais importância se tiver força para vencer essa ditadura do olho, voltando-se para a sua essência (Sem que, para isso, perca mercado ou selecione público).
O desafio é ter qualidade funcional, poética e informativa através daquilo que sempre existiu e é a sua matéria-prima: o som.

(E, para não esquecer, teve uma época em que o Tom Zé parecia muito com o Raul Seixas).

Vida



Uma vez me disseram que quando se enterra uma semente, ela morre. Claro, morre porque deixa de ser semente. Aos poucos, o chão frio e úmido vai se tornando sua casa. A semente se espreguiça e pronto, já morreu.
Aí, também aos pouquinhos... bem devagar... num dia qualquer, ela aparece por cima do chão. Mas aí tem o sol, como lidar com ele? 
Aos poucos ela aprende. 
Também aos poucos vai ganhando tamanho, depois folhas...
Depois, quando já está bem grande, vem as flores, depois os frutos. 
O final do ciclo vocês já sabem!
É a vida.